terça-feira, 26 de março de 2013

Nova rotina, de novo



Com a mudança para dentro de casa e usando fraldas a rotina de cuidados também mudou. Conforme vamos pegando prática novos procedimentos e materiais surgem.  Para facilitar a vida, separei uma caixa de papelão em que coloquei todos os produtos de uso diário dele. Assim era só pegar a caixa em cima da estante hora de fazer a higiene.

Para que ele ficasse mais confortável e mais limpo dentro de casa, passei a fazer mais um ritual matinal diário: aquecer água e colocar em um pequeno balde com vinagre. Comprei algumas toalhinhas de mão em uma loja popular. Passei a molhar essas toalhinhas na mistura de água morna e vinagre e esfregá-las levemente no corpo dele da cintura para baixo retirando assim qualquer resto de urina que poderia ter ficado na barriga, nas pernas ou impregnada nos pelos (veja o passo a passo). Panos cirúrgicos ou fraldas de pano também são excelentes.
Depois secar com a toalha
e passar lencinhos umedecidos.
Finalizar com óleo de amêndoas

Depois dessa higienização primária, secava com uma toalha para depois passar os lencinhos umedecidos e, em seguida, óleo de amêndoas para 
Lavar com água morna, vinagre
usando pano absorvente
hidratar a pele, agora mais frágil com pelos tosados e quase sempre coberta pelo plástico da fralda.  E, todos os dias, uma limpeza no chão da área cercada usando  água e desinfetante, já que a fralda recolhe apenas urina. Os banhos que eram eventuais passaram a ser quinzenais. Descobri uma pet shop móvel em que a van toda equipada vem dar banho no cão em casa. Um sofrimento a menos com o transporte.

Kit passeio


Para sair de casa com ele também aprendi a montar um kit. Em uma sacolinha de tecido coloco um par de luvas, uma fralda, lencinhos umedecidos em embalagem de bolso, vidro pequeno de óleo de amêndoas, tapetinho higiênico e a focinheira, pois sem ela é impossível trocar as fraldas. A manipulação da coluna ainda traz dor – mesmo com todos os remédios – somada a certa dose de mau-humor, já que Anúbis nunca foi um cachorro dado a muitos toques e abraços. Ele quem sempre definiu quando quer brincar ou quer carinho.



A volta das fraldas caninas

Foram algumas semanas assim, ate que notei que ele gritava mais do que o normal na hora de trocar as
Tudo organizado em uma caixa
fraldas, olhei para a barriga dele e havia alguns nódulos que pareciam pequenas couves-flor, além de uns vergões vermelhos: reação à fralda geriátrica. Por ser muito grande ela cobria uma área muito sensível de pele e as extremidades roçavam nas dobras das patas causando irritação e até alguns cortes.

Solução: tratamento por algumas semanas com pomada cicatrizante e a volta às fraldas caninas 24h por dia. A economia inicial saiu cara. Como as fraldas caninas têm menor prazo de durabilidade que as humanas, eu tento me programar para passar em casa no meio da
Guardada em local de fácil acesso
tarde para fazer a troca. Isso porque quando a fralda fica “cheia”, ele arranca com a boca, fazendo uma bagunça danada no espaço em que está. Como nem sempre isso é possível, sei que há noites em que a limpeza do chão terá de ser mais caprichada.

Falando em orçamento, é interessante notar que em um caso desses ficamos muito focados no que
precisamos comprar a mais, mas dificilmente notamos o crescimento dos gastos do dia a dia. Água e luz por exemplo. Com Anúbis nessa situação, os panos utilizados com ele, os cobertores e até os panos de chão da limpeza diária ficavam mais sujos precisando ser lavados na máquina com mais frequência e às vezes até com água aquecida. A faxineira, que costumava vir a cada quinze dias se tornou necessária todas as semanas, entre outros pequenos gastos e que fazem diferença no fim do mês como a quantidade de sacos de lixo. Por sinal um item que me dói é a quantidade de lixo gerada com tanto material descartável: luvas, fraldas etc. Ainda não encontrei uma solução intermediária que me permita gerar menos lixo sem comprometer ainda mais a minha agenda.

Banho e tosa móvel
Horários também ficaram mais complicados. Levei quase dois meses para voltar a correr pela manhã. Às vezes é difícil, mas eu passo pela sala de olhos meio fechados e dizendo para mim mesma: Anúbis você vai ter de esperar mais um pouquinho porque agora vou dedicar um tempinho para mim.

domingo, 17 de março de 2013

Mudança para dentro


O lado “bom” de ter o diagnóstico definido foi o de conseguir saber que rumo seguir. Como eu gosto de ter as coisas organizadas, fazer tudo planejado e com parâmetros, saber definitivamente que ele não andaria mais me ajudou a nortear a nova rotina. Enquanto a dúvida pairava, além da angustia, do abalo emocional, havia a incerteza da vida, de como as coisas iam seguir.

Agora eu sabia que: ele precisaria de um carrinho para se locomover, o quintal não era mais uma opção de vida, o prazo entre os banhos diminuiria e ele precisaria emagrecer. Justo ele, o comilão da casa. Chamei novamente a minha amiga que chegou cheia de ideias e apetrechos.

Fato: precisávamos mudá-lo para dentro de casa. Depois percebi como a vida ficou muito mais fácil com ele dentro, mas no começo foi complicado. Eu tinha receio de ele se machucar com tantos móveis – confirmado depois – e nessa hora alguns fatores emocionais pesaram. Durante a infância e a juventude eu vivi em uma casa muito “bagunçada”, cheia de improvisos e quebra-galhos e o meu sonho sempre fora ter uma casa “bonitinha”, daquelas de revista. Isso não tem nada a ver com mania de organização e limpeza – pelo contrário, quando eu “bagunço” eu “bagunço” mesmo a casa – mas que tivesse certa ordem interna e externa. Passara por algumas casas antes, mas essa foi a que eu escolhi, do meu jeito, em um lugar que eu “namorei” mais de 10 anos antes de conseguir mudar. E mais: eu tinha planos de atender alguns clientes em casa. Como fazer uma sessão de coaching ou de consultoria em um ambiente adaptado e que, certamente, a situação do cão tiraria a atenção do cliente? Outra alteração definitiva na rotina: cachorro dentro, cliente fora.

Minha amiga chegou com um pedaço de mais ou menos dois metros quadrados de forração emborrachada com estampa imitando madeira. Colocamos em um canto da sala, como se fosse um tapete entre o sofá e a TV, bem em frente à porta de vidro que dá para o quintal. Como o chão da casa é de madeira, até que “combinou”.  Colocamos um colchonete com capa plástica, coberto por um tapetinho higiênico.

Tapete higiênico lavável
Dica: como no caso do Anúbis o tapetinho higiênico funcionava mais como uma “garantia” em caso de vazamento da fralda, optei por um modelo reutilizável. Sim, há tapetinhos reutilizáveis no mercado. Custam menos da metade de um pacote com 30 tapetinhos descartáveis e, segundo o fabricante, duram de 3 a 4 meses. Não sei se usaria em casos de o cachorro usar o tapetinho diretamente para fazer xixi, mas como acessório adicional, achei ótimo. Comprei dois porque, apesar de úteis, práticos e de fácil limpeza, eles demoram a secar. Troco a cada três ou quatro dias. A lavagem é simples. É só deixar algumas horas de molho em um balde com água, sem sabão ou outros produtos químicos. Sai tudo. Depois é só colocar para secar, o que demora um ou dois dias, pois o tapetinho tem uma base plástica onde acumula a água da lavagem e que precisa escorrer toda durante a secagem. Mesmo assim, mantenho um pequeno estoque de tapetinhos descartáveis, inclusive para o “kit passeio” que terá um post específico.

Cantinho do Anúbis

Devidamente acomodado dentro de casa, Anúbis agora provocava “inveja” na Raposinha e no Felipe Wanderley. O “cantinho do Anúbis” fica bem perto da porta de correr em vidro, que liga a sala ao quintal. Porta essa que eu deixava parte do dia aberta, apenas com um “portãozinho de cachorro”, separando-os.  Com isso ele conseguia olhar os passarinhos e o movimento dos dois outros cães. Inclusive podia “rosnar” para seu desafeto, Felipe Wanderley, quando esse corria no quintal.  Felipe é três anos mais velho que Anúbis. Os dois se davam bem até a chegada da Raposinha. Mesmo com todos castrados, a presença de uma fêmea – que já está conosco há oito anos – gerou animosidades. É o velho e conhecido triângulo amoroso.

Quem menos gostou da historia foi a Raposinha. De porte pequeno, ela sempre teve acesso mais livre à casa que os dois. Agora ficaria a maior parte do tempo no quintal. Inconformada, ela tentava pular o portãozinho do quintal para dentro (o poder de impulsão da Raposinha é impressionante). Nas vezes que teve sucesso quase caiu em cima do Anúbis.

Eu deixava essa porta aberta até quando saía por pouco tempo, mas mudei de ideia no dia em que ele resolveu ir até o quintal. Como ele não sente mais a parte traseira, não percebeu que “enganchou” as patas nos vãos do portão e acabou arrastando-o quintal adentro. Cheguei em casa e Anúbis estava no meio do quintal, preso no portãozinho.

Para evitar que ele se machucasse, ao sair de casa eu “cercava” o cantinho dele. Colocava uma madeira entre a mesa da TV e o sofá, calçada por um banco. Até que ele percebeu que conseguia empurrar a barreira e andar pela sala toda.

Precisei novamente mexer na rotina quando cheguei um dia em casa e a sala parecia que havia passado por um “tsunami”.  Nas suas “andanças”, ele prendeu perna na mesa da sala de jantar. Como Anúbis é muito forte, ele arrastou a mesa até o centro da sala, derrubando as seis cadeiras. Não sei como a cobertura de vidro ficou intacta.

Diante do “quase acidente” optei por montar uma segunda estrutura para ele na cozinha. Comprei alguns metros de passadeira de borracha e coloquei no chão. Quando saio de casa, coloco o colchão dele sobre essa forração e o deixo na cozinha. Lá os móveis são chumbados nas paredes e não tem pés. O espaço é pequeno, mas pelo menos não há risco de acidentes.

O diagnóstico definitivo


Com a acupuntura em andamento começou a nova fase de fisioterapia. Exercícios bem simples foram incluídos na rotina diária dele, além daquele da toalha, já descrito em post anterior:

Teste de sensibilidade: um dos principais pontos de sensibilidade neurológica do cão está entre os dedos das patas. Aquela pele que liga os dedos como se fosse um pé de pato é altamente sensível. Então, todos os dias eu precisaria apertar aquela pele com força. Sem dó, beliscando, colocando a unha para ver se ele encolhia a pata. Não é fácil porque dá pena de doer, mas a proposta é justamente essa provocar dor para que ele tenha reação.

Colher de pau: para que o cérebro não “esqueça” da parte do corpo sem movimento, há um exercício simples de estimulação que dá para fazer até vendo TV: pegar uma colher de pau e dar batidinhas em toda a extensão das patas sem movimento, repetidas vezes por cerca de dois minutos em cada pata.

ativação neural com colher de pau
Abraço nas pernas: outro exercício é tentar “forçar” a sustentação colocando o cão em pé, mas abraçando as patas traseiras esticadas. Ao deixá-lo em pé eu precisava segurar os “joelhos” traseiros dele esticados para “provocar” sustentação.

Nas primeiras sessões de acupuntura havia esperança. Mas com o passar do tempo, a musculatura traseira perdera a consistência e os testes de sensibilidade não davam resultado. Não haveria mais o que fazer. Havia ali dois caminhos a seguir: se desesperar, amaldiçoar e se achar vítima do mundo ou incorporar a novidade e refazer a rotina a partir daí.

De uma coisa eu tinha certeza: eu ia dar a melhor qualidade de vida possível para ele, mas não seria sua escrava. Não iria transformar a minha vida toda em um sacerdócio a ele para depois ficar me achando vítima do mundo. Certamente não foi fácil receber a notícia. Tanto por ele, um cachorro sempre tão ativo, que adorava um espaço amplo para correr como se o mundo não tivesse fronteiras, quanto para mim que teria de colocar mais limitações na minha vida.

A rotina da casa iria mudar, o layout iria mudar, o orçamento iria mudar definitivamente e as minhas escolhas precisariam mudar. Viajar a trabalho não seria mais tão fácil. Até então, quando eram apenas alguns dias, eu pedia para a passeadora trocar comida e água e limpar o quintal. Hotel era apenas no caso de viagens mais longas. A partir de agora tudo seria diferente. Tanto pela troca das fraldas quanto porque ele precisaria de mais assistência. Acordar atrasada, colocar uma roupa rapidinho e sair de casa também se tornou impossível. Haveria a rotina matinal de cuidados.

Correr pela manhã também ficou complicado, eu teria de ou acordar mais cedo do que o habitual 5h30 ou teria de começar a rotina de trabalho mais tarde. Creio que a readequação da atividade física tenha sido o mais difícil para mim, pois moro em um local em que as ruas são estreitas, poucas delas têm calçadas, ainda há muitos terrenos baldios e a iluminação pública é boa em apenas parte das vias. Além dos caminhões que desviam pelas vicinais para não pagar pedágio e para escapar do trânsito das rodovias e do Rodoanel. Correr à noite? Ou trocar a linda paisagem natural e os eventuais encontros com gambás, macaquinhos e pássaros diversos pela tediosa esteira?

Uma questão de “ente-eixos”

Maca-cão
Havia duas opções: reclamar ou resolver. Preferi a segunda. Acionei novamente a minha amiga que veio de imediato. Logo de cara com uma surpresa criativa: ela trouxe um acessório de transporte que ganhara de uma clínica veterinária quando sua doberman ficou tetraplégica: uma estrutura de lona reforçada parecendo uma  maca hospitalar, mas com quatro furos para o encaixe das patas.  A criação fora do dono de um rotweiller que também perdera o movimento traseiro e que, depois de o cão falecido, doara o “equipamento” para a clínica.  Quando olhei o Anúbis dentro , apelidei de imediato a “engenhoca” de “maca-cão”.  Dentro dela ele faria automaticamente exercícios de fisioterapia e poderia ser transportado sem incômodos.

Conclusão 1 (sem embasamento científico): rots, dobermans e pastores mestiços têm “entre-eixos” semelhantes porque o Anúbis se encaixou perfeitamente na estrutura.

Conclusão 2: gente que mora sozinha não pode ter cachorro grande. O “maca-cão” precisava de duas pessoas para carregar. Ou seja, não foi dessa vez que a vida dele ficou mais fácil.

Transporte continuava sendo o maior problema. Já que o uso do “maca-cão” implicaria em eu ter visita em casa, levá-lo de um lado para o outro ainda era dolorido. Para ele e para mim. Uma maneira que parecia fácil de levá-lo – ele não demonstrava sentir dor e as minhas costas agradeciam - , era pegá-lo pendurado pelas quatro patas, como se transporta um animal morto. Ele até parecia se divertir. Até o dia em que eu peguei de mau jeito e destronquei uma patinha dianteira dele.

domingo, 3 de março de 2013

Os primeiros sinais de evolução


Deixar o Anúbis no quintal era algo dúbio para mim. Se por um lado parecia me distanciar do problema – aquele pensamento errôneo de não estou vendo o tempo todo então não estou sentindo, por outro não era a melhor opção tanto pela questão da falta dos vidros, o que complicava em dias de chuva quanto por questões de higiene, pois aplicar a sonda no quintal não era algo lá muito higiênico. Inclusive aplicar a sonda em ambiente não hospitalar ou clínico trazia riscos de contaminação renal.  Mas se já era difícil carregá-lo para dentro de casa se fosse o caso, levá-lo na clínica duas vezes por dia seria inviável tanto em termos de tempo quanto de custos e ainda para as minhas costas.  E havia ainda o problema de ele tentar se arrastar no quintal e machucar o traseiro e as patas por causa da aspereza do chão antiderrapante.

Uma semana ou um pouco mais depois do acontecido, tive a primeira surpresa positiva ao acordar pela manhã. Quando fui colocar a sonda notei que ele estava todo molhado. Sim as funções renais haviam voltado. Ele conseguia fazer xixi. Claro que foi uma comemoração,  mas começou outro dilema: como  cuidar disso agora? Primeiras providências: banho e fraldas.

Banho frio de mangueira em um dia que não estava tanto calor apesar de ser janeiro? Dar banho nele sentado – como ele gostava de ficar ou deitado? E a água fria acumulando em baixo dele se fosse deitado? Resolvi então chamar uma amiga que durante um curto período de tempo teve de passar pela experiência de cuidar de uma doberman  tetraplégica.

Ela poderia me ajudar, mas eu sabia que não seriam todos os dias, pois ela tinha seus afazeres também. Em duas pessoas seria possível dar banho quente nele, pois o chuveiro fica no andar de cima da casa. Mas como levá-lo confortavelmente em uma escada que faz curva? Afinal as costas dele doíam e acupuntura só começaria na semana seguinte.

Banho dentro da caminha
Resolvemos então apelar para que vimos na TV nas ficções sobre o interior nordestino. Peguei uma toalha bem forte, amarrei as pontas em um cabo de vassoura como se fosse uma rede e levamos o “cabra” para cima dentro da toalha, sustentando o cabo de vassoura nos nossos ombros. Confesso que foi difícil uma porque ele não parava de se mexer – teve até de colocar focinheira – e outra porque eu não conseguia parar de rir da situação.

O fundo vazado não deixa água acumular
Ele relaxou muito no banho. Deu para perceber como foi prazeroso, mas eu sabia que não daria para fazer isso sempre. Banho na pet shop a cada quinze dias ou semanalmente teria de entrar no orçamento doméstico (depois vou publicar um post especificamente sobre as mudanças no orçamento doméstico, algumas que nem sempre nos damos conta). Levamos cerca de uma hora entre banho e secar e depois nós duas precisamos também tomar banho porque ao se lavar um cachorro com movimentos limitados é preciso interagir muito mais com o animal e, consequentemente, se molhar. Um item fundamental nesse banho foi levar para o chuveiro aquele cesto de dormir. Ele impediu que o Anúbis escorregasse e também, por ser vazado não deixava que a água acumulasse em baixo dele, caso tivesse sido colocado diretamente em cima do piso.

Eu sabia que daquele momento em diante ele passaria a usar fraldas. Fui até a pet shop e comprei um pacote pequeno de fraldas para cachorro macho. R$ 10,00 três fraldas que aguentam, no máximo cinco ou seis horas. “Eu vou falir pensei”. Além da questão financeira – fralda de cachorro é muito cara e dura menos que a de gente – eu não sabia o tamanho, pois conforme a marca o tamanho varia. O M de uma marca pode ser equivalente ao G de outra e assim por diante.

Outra descoberta: tem fralda para macho e para fêmea. A de macho é como se fosse um cinto, pois ela cobre apena o xixi. A de fêmea parece a humana com buraco para o rabinho, mas se você coloca no macho ela fica muito curta. Exageradamente comprei GG e ficou grande. A G foi a mais adequada. Calculei mentalmente: pela duração serão 4 fraldas por dia. O pacote grande é mais barato, mas mesmo assim dariam R$ 10 por dia, ou seja R$ 300 por mês só de fraldas. Não vai dar, pois isso é mais do que o total das despesas que eu tinha com ele por mês quando sadio.

Canina, humana ou geriátrica?

Caninas, mais bonitas mas menores
Vou arriscar fraldas de gente, pensei. Comprei um pacote para crianças do maior tamanho que encontrei feliz da vida porque o custo era muito inferior. Eram 18 fraldas por R$ 17 enquanto 12 fraldas de cachorro custavam R$ 23. Primeiramente tentei colocar como em criança mesmo fazendo o furo do rabinho, mas não serviu e se servisse eu havia rompido o gel. Depois tentei colocar como as fraldas de cachorro em forma de cinto, mas também ficou pequena. A última tentativa foi emendar duas, mas também não deu certo.
Geriátricas, maiores e mais baratas
Ele ficou alguns dias com fralda de cachorro até começar a acupuntura quando a veterinária sugeriu a fralda geriátrica. Deu certo. Fralda geriátrica tamanho P colocada em forma de cinto, em volta do abdome dele com atenção especial para ver se cobria todo o pênis e se não ficava muito apertada nem muito larga. Esteticamente não ficou bonito, pois a fralda é grandona, a maneira de colocar é diferente da convencional, então ficam algumas sobras, mas é muito mais prático. 

É possível achá-las em distribuidores de fraldas a cerca de R$ 16 a R$ 18 o pacote com 10. Por serem maiores, três fraldas no dia é o ideal, mas se por acaso não for possível passar em casa no meio do expediente para trocar , apenas duas “aguentam” o tranco. Afinal nem todos têm a minha rotina de trabalhar parte do tempo na rua e parte em casa e ter a maioria dos clientes a uma distância razoável. Com isso foi possível reduzir a despesa com fraldas de R$ 300 para, no máximo, R$ 180 por mês. Assim como as fraldas de cachorro, aprendi que o tamanho varia conforme a marca.  Mesmo com a praticidade da geriátrica, eu mantenho sempre um pacote de fraldinhas de cachorro na hora de passear ou ir ao veterinário, porque elas são bem mais bonitinhas: mais delicadas e estampadas com ossinhos  dando um toque estético ao fofo e ocupam menos espaço na sacola.