terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Em casa, e agora?


Eram mas de três da tarde quando chegamos de volta em casa. A primeira dúvida: onde acomodá-lo? Na casinha, ele não vai conseguir entrar e sair, pois apesar de ele gostar muito dela, a porta é um pouco estreita e tem uma espécie de degrau. Optei por colocá-lo no canil, escavado na parte externa da casa em baixo da escada e onde até então dormiam Felipe Wanderley e a Raposinha. Pensei no conforto propiciado pelos almofadões de espuma rígida. Péssima ideia, ele desceu dos almofadões e não conseguia mais subir,além do interior do canil ser escuro e eu não conseguir fazer a higiene dele lá dentro.

Mudei-o então para o cesto em que ele dormia nas noites de verão. Eu precisava decidir isso rapidamente, pois o peso dele estava acabando com as minhas costas e eu ainda não havia encontrado o melhor jeito de carregá-lo e ele sentia dores ao ser movimentado. Ficou na cesta enquanto eu ia até o pet shop comprar os remédios e os apetrechos de higiene.

Fui a duas grandes redes de lojas especializadas em produtos para cães, além da farmácia para alguns dos remédios. Eram quatro medicamentos, sendo que um deles a caixa com os 10 comprimidos que ele precisava custava 150 reais. Confesso que até hoje não fiz direito as contas do quanto gastei, mas não foi pouco.

Havia tanto por fazer: acomodá-lo era a primeira medida, pois a cesta também não deu certo, percebi alguns dias depois que ele escorregava ao tentar se levantar. Depois o desafio era incorporar os procedimentos terapêuticos e de higiene dele e do local, além dos exercícios físicos. Tudo isso duas vezes por dia, segundo orientação veterinária. Pelas minhas contas cada sessão levaria por volta de 45 minutos.

Nesse momento eu me desesperei. Tanto por mim quanto pelo Anúbis. Por ele, de como seria a vida dele dali por diante, se voltaria ou não a andar e por mim sobre tudo que eu precisaria mudar na minha. No ritmo de vida que eu levo: o trabalho no site, os clientes de coaching e de consultoria, a busca constante por novos clientes, os eventos, cuidar da casa, correr, ir para academia, atividades da pós e de outros cursos de aperfeiçoamento. Tudo isso em uma fase financeira bastante difícil e em uma das piores épocas do ano para quem trabalha por conta própria.

Do que iria abrir mão? Foram horas pensando sem resposta. Afinal ganhar uma hora e meia no dia não é tarefa fácil. Até que resolvi sentar em frente ao computador e montar uma planilha das minhas atividades e do tempo que levo em cada uma e também da importância para mim.

A primeira opção seriam as corridas matinais e a academia, mas justamente quando eu resolvi investir na minha saúde e já conseguira eliminar 10 kg dos 30 que eu havia engordado nos últimos anos? Depois veio a ideia de deixar a pós.  Mas e os convites para dar aula em universidades?Abandonaria mais uma vez? Diminuir o ritmo de trabalho? E como pagar as contas, que já estavam tão difíceis e agora aumentariam? Como reduzir o ritmo de trabalho e ao mesmo tempo fazer caixa para o mês de resguardo posterior à minha cirurgia marcada para março?

Enfim, pensei e repensei e não consegui chegar a nenhuma conclusão. Deixei os dias passarem e a vida ajeitar. Acabei automaticamente sacrificando as corridas matinais (que foram retomadas posteriormente), a organização da casa e a minha vaidade. Passei a ir para academia apenas à noite (muito incomodada com isso), mas a casa virou um verdadeiro caos.

Em poucos dias não havia mais lugar para sentar no sofá e eu precisava me espremer para deitar em um cantinho da cama de casal devido a tanta bagunça em cima dela. A mesa de jantar tomada por papeis, bolsas e outros apetrechos. A cozinha, uma vergonha. Armários vazios e pia cheia, o que associado à falta de tempo passou a me levar a comer fora. E a comer bobagem para não gastar muito.

As roupas eu já não sabia mais o que era para lavar e o que estava limpo. A vaidade foi embora momentaneamente, o que causou estranheza a quem me conhece, todos os dias com maquiagem completa e em cima do salto.

2 comentários:

  1. Puxa Karen e valente Anúbis....

    Ficamos emocionadas com a história de vcs todos (a família toooddaaa).... que mudança na vida né? Mas, nada é por acaso, e talvez esse freio que o Anúbis deu em sua vida Karen, seja para seu bem... vai entender... de qualquer forma, sofremos muito ao vermos esses nossos filhos peludos adoecerem... mas tenha calma... a vida sabe ajeitar tudo! Até nosso sofrimento... se a gente puder te ajudar em algo, pelo menos ouvir (ou ler) estaremos aqui!!!! Audoramos peludos!!! E sua turminha é fofa demais!!! Dá uma beijoca nesse menino lindo... e tenha muita, mas muita força... ele vai precisar... e vc também!!!! Estaremos sempre por aqui!!!!
    Beijinhos,
    Da tia nova!!!! E da Scully, a peluda da tia!!!

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  2. Boa noite
    Que história linda de vcs, parabéns pelo carinho e dedicação.
    Estou passando por uma situação parecida meu Calisto um coker de 15anos está com artrite nas patas traseiras devido a idade avançada,um câncer no figado não e possível operar.sendo assim ele continuava com.umas limitações mas na medida do possível tendo uma vida normal e algumas mudanças na rotina foram mudadas, portão de segurança para não cairmos da escada,prendi os potes de comida e água para ebitar que ele caísse em cima Enfim
    Até que a dois dias ele simplesmente parou de andar cheguei do trabalho e ele não se aguentava em pé, daí veio meu desespero,comecei a pesquisar o que fazer
    Mandei tosar msmo estando no inverno pq assim a higiene seria mais fácil e comecei a usar fraldas e coloquei dentro de casa
    Porém.ainda tenho MTS dúvidas pq devido a idade avançada e ser uma novidade para ele.
    Ele não sabe que agora tem que se arrastar para comer e beber água tenho que colocar a vasilha perto e isso está me prendendo MT tenho medo dele ficar mijado por MT tempo sem água ou comida.poderia me ajudar com algumas dicas?
    Ah e como só vi agora seu blog gostaria de saber notícias
    OnrigaOb

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